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Uma casa só delas

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O quarto de hóspedes, ao fundo, virou mais um elemento do jardim de convivência projetado por Rodrigo Ohtake. A casa na árvore tem poste de bombeiro, escada de navio, cadeira de balanço e escorregador (no fundo). Foto: ZECA WITTNER/ESTADÃO

 

 

Ana Paula Garrido – O Estado de S.Paulo

Ter criança em casa é sinal de brinquedos espalhados por todos os cômodos. Nada mal para todos, portanto, criar espaços próprios para elas se divertirem à vontade, sem nem pensar em arrumar a bagunça depois. Os projetos de casinhas e brinquedotecas mostrados a seguir (veja nos próximos posts) foram feitos de acordo com o perfil dos pequenos moradores e a entrega da obra acabou sendo um presente para os arquitetos e designers envolvidos.

É o caso de Rodrigo Ohtake, filho de Ruy Ohtake, que nunca teve uma casa na árvore. “Sempre morei em São Paulo, em apartamento”, conta. Mas foi graças à influência do pai que ele imaginou construir esta casinha no Alto da Boa Vista. “Faz parte do papel do arquiteto ir além do que foi solicitado pelo cliente e surpreendê-lo com formas, cores e soluções”, afirma, contando que, no dia da apresentação da proposta, estava seguro do projeto, mas não totalmente certo de que o casal o aprovaria. Ao chegar em casa, recebeu a mensagem de aprovação da família. “Foi uma prova de que a gente sempre pode ousar. Se você é facilmente aceito é porque não ousou o suficiente. Aprendi isso com meu pai.”

Com o aval dos moradores, o que era só uma casa de hóspedes no lugar da antiga edícula – conforme o pedido inicial – virou um grande jardim de convivência. O próprio quarto de visitas funciona também como escritório, de onde o casal pode trabalhar olhando as crianças brincarem no jardim, e com certo isolamento.

Isolamento que não era bem-vindo em outro contexto: o que separava a casa principal do anexo de hóspedes. Por isso, Rodrigo ergueu uma marquise cheia de curvas “para contrastar com o telhado reto da construção típica do Alto da Boa Vista”. No chão, módulos de concreto de variados tamanhos seguem o desenho sinuoso até a calçada formada por peças circulares que leva à lavanderia.

No meio, reina a casa na árvore, que fez Rodrigo se desdobrar para tentar acompanhar a mente criativa dos clientes mirins. “Por mais lúdico que você seja, as crianças sempre vão ser mais.”

Sustentação extra. Cada detalhe, no entanto, envolveu soluções de gente grande. O primeiro problema estava em ter uma árvore para sustentar a casinha: no quintal só há um coqueiro e uma outra espécie com tronco fino e pouco frondosa. Esta árvore até tem função estrutural, mas a sustentação acaba sendo feita pelos dois pilares instalados pelo arquiteto, camuflados pela função lúdica. Um é o poste de bombeiro, para descer escorregando; o outro serve ainda de apoio para a escada inspirada nas de navio. O escorregador verde-limão completa o tripé de cores.

Na casinha propriamente dita, além de misturar diferentes tipos de madeira no piso e na cobertura, Rodrigo usou policarbonato em uma das laterais. “Uma casa na árvore não pode ser totalmente escancarada, visível aos adultos. Ali é um lugar de fuga das crianças. O policarbonato deixa entrar luz e você não vê o que está do lado de dentro.” Lá em cima coube até um banquinho de praça e, embaixo, o balanço é mais uma possibilidade de diversão para os irmãos ainda pequenos.

O arquiteto também se encarregou, ao lado da proprietária, do projeto de paisagismo – “fomos à Ceagesp escolher as principais plantas para o quintal”.

Apesar das tarefas extras, que ele mesmo se prontificou a fazer, Rodrigo resume o trabalho com a felicidade de uma criança que brincou o dia inteiro. “Eu me diverti muito fazendo este projeto, do começo ao fim”, afirma o arquiteto, sem modéstia para comparar a sua casa na árvore com qualquer outra que pudesse ter tido quando criança. “Essa é muito mais legal.”

 

 

 

CUIDADOS DE GENTE GRANDE

Acompanhamento: Supervisionar a brincadeira das crianças é fundamental, segundo a coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura, que oferece cursos online gratuitos com dicas de segurança. “É preciso acompanhar, até porque há jogos como o de esconde-esconde que são perigosos. Às vezes, os adultos esquecem e a criança fica presa no lugar.”

Móveis: Os ideais são aqueles com cantos arredondados, por dois motivos, conforme explica Simone Turini, dona da Bododo, loja de mobiliário infantil. “Eles evitam pancadas na quina e não limitam a circulação da criança.” Lia recomenda deixar os móveis longe das janelas para não servirem de escada.

Estantes: O melhor é colocá-las no alto sem acesso para os pequenos. “Eles veem super-heróis e querem escalar tudo”, comenta Lia. A dica de Simone é usar os modelos fixados na parede. “Caso contrário, podem vir a criança e móvel para o chão.”

Tapete: Prefira os fofos, para diminuir o impacto das quedas, e com antiderrapante, ensinam as especialistas.

Abajur: Os modelos com lâmpada embutida são os mais indicados para evitar que a criança queime a mão.

Pintura: Precisa ser atóxica, assim como o verniz. “Há crianças que mastigam a lateral do berço e da cama”, observa Simone.


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